Mariano Rocky Rios não aceitou a vida como ela se impôs. Formou-se em publicidade e começou a vida profissional como redator. Logo percebeu que nessa área não poderia mexer com criação artística, passou a estudar para ser diretor de arte.
Cursou História da Arte para entender as diferentes relações entre o homem e seu tempo e só cinco anos depois, iniciou o caminho para ser diretor de animação.
Rocky Mariano hoje trabalha com o que sempre quis. Porém, para ele chegar até esse sonho, muitas barreiras precisaram ser transpostas.
Uma coisa que para Rock Mariano foi muito importante é que não se esqueceu suas ideias e sonhos de adolescente. O animador, residente na ponte aérea entre a Argentina e Madrid, já sabia o que gostaria de fazer desde cedo, porém não conseguiu o apoio de ninguém e precisou seguir uma estrada diferente do que gostaria. Não deu certo e os trilhos da vida acabaram levando Mariano aonde gostaria de estar. Ele diz que não dá para forçar a natureza das pessoas.
[Zupi] Mariano, apresente-se para nossos leitores. Como você vê a arte e há quanto tempo faz animações?
Eu vejo a arte como um dialeto. Em cada região, a pessoa tem o seu. Isso deixa o negócio interessante para mim. Imagina se todos os animais fizessem o mesmo barulho?!
Faço animação há sete anos. Lembro que trabalhava em uma agência de propaganda que me dava toda a liberdade para fazer o que eu quisesse. Um dia saí dessa agência porque não estava satisfeito e o dono me disse: “Rocky, mesmo que você tenha que comer mandioca até conseguir, vai fazer o que realmente gosta”.
E que saborosa é a mandioca frita com limão da Praia da Pipa, em Natal.
[Zupi] Como surgiu seu interesse por cinema e animação?
O interesse vem do estômago, não sei dizer quando. O planeta do jeito que está não me agrada. Com a animação posso mexer um pouco nele.
[Zupi] No cinema, qual é a primeira cena que realmente marcou sua vida?
A cena que mais me marcou foi de um filme em que o avião tinha que pousar, mas faltava uma roda no trem de aterrissagem. Na tripulação, tinha um cara que desenhava o tempo todo. Quando ele percebeu que o avião não ia conseguir pousar, desenhou o avião com a roda que faltava.
Assim que mostrou o desenho para seus companheiros de voo, todos se agarraram a essa ideia e acreditaram nisso, então, do mesmo jeito como a roda foi desenhada, ela apareceu de verdade e o avião conseguiu pousar.
[Zupi] Como você se mantém inspirado?
A música é uma grande inspiração, acho que tanto a ilustração como a música, são as coisas mais naturais e primitivas do ser humano, ficando longe de qualquer contaminação. Por isso é tão difícil conseguir fazer bem feito.
[Zupi] Existe algum traço pessoal ou elemento comum aos seus trabalhos?
A cumplicidade com o espectador. Se ele entende o que quero dizer em cada movimento, está bem feito.
[Zupi] Como é seu processo de criação?
Antes de começar a trabalhar, eu gosto de me motivar. Pode ser música ou olhando referências de um brother (tem coisas que são tão bem feitas que dá raiva!). Falar com os amigos, no meu caso, é muito importante.
Minha mãe fica feliz com qualquer coisa que eu faça, mas tenho amigos muito exigentes. Nos intervalos, aproveito para olhar o que está acontecendo na rua e na indústria. A realidade virtual está me interessando muito.
[Zupi] A Zupi assistiu ao vídeo de Longboard em que você realiza experimentações com a luz, criando um efeito de cor muito diferente. É comum você testar novas técnicas em vídeos mais autorais e depois transpor para os vídeos comerciais?
Experimentamos o tempo todo, na procura de conseguir boas sensações para os olhos. A paleta de cores é infinita. Outro dia, em uma conversa bem legal com um amigo, nos demos conta que existem cores ainda sem nomes. Mas é difícil vender, pois os clientes dificilmente se arriscam em algo que não tem referência.
[Zupi] Como você escolhe a trilha sonora das suas animações?
A música para mim é 50% do trabalho (parece muito, mas, esse é o número). É necessário dar à música o mesmo tempo de dedicação que você dá à animação, mas isso nem sempre acontece.
[Zupi] O que você, que já está nesse mundo há alguns anos, pensa sobre o setor de animação brasileiro?
Acho que o mercado brasileiro tem ainda muito o que mostrar. Vejo como o talento dos artistas aparece muito pouco em relação à quantidade e à qualidade que existe. Tá faltando mais ¨GEMEOS¨ nas ruas. Vai, Brasil, vai com fé!
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